Nesse texto Marjorie deve decidir-se definitivamente entre o amor e a razão.
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Ele sempre soube como tocá-la; e depois dele ninguém mais a emocionara.
Somos como bonecos quando não amamos, não deixamos que as emoções nos cerquem, dizem que protegemos nossa alma quando nos mantemos distantes de um corpo que não é capaz de amar.
Marjorie não estava protegida, nada a poderia tocar. Ninguém a magoaria mais, ela não permitiria ser enganada de novo, nunca mais.
Estava só e imaginava-se feliz, bastava olhar-se no espelho. Via a mulher que se tornara. Era forte, seus olhos a fitavam ainda joviais, tinha em sua face marcas que o tempo estampou, seus lábios sedentos por beber do néctar que a mantivera assim, a esperança de um único beijo.
Um beijo de amor... “Quando o viu, seus olhos tinham o brilho dos cristais, ela jamais saberia o sabor daquele momento se não o permitisse ali.”
E ela agora se preocupava.
Preocupava-se porque vira em seus olhos tanto ardor, uma chama que a incendiava também, seus braços fortes a traziam para si, Marjorie lutava desesperada contra seus próprios desejos, o que faria depois, o que faria depois daquele beijo.
Havia duas mulheres ali, a que dispunha de armas racionais suficientes para não ceder, ela o deteria com suas palavras, com seus avisos de perigo, com suas suplicas para que a poupasse de uma dor ainda maior, a dor de não conseguir mais esquecê-lo. E a que almejava reconhecer aquela submissão mutua, a entrega dos lábios, a busca incessante daquele momento.
Nem sempre a mulher que queremos vence.
Difícil é suportar que somos mesmo assim culpada. De qualquer maneira Marjorie se punira agora, para não permitir que outra pessoa o fizera. Não cedeu as vontades de seu coração.
Felizmente não teria o que esquecer, afogara o seu prazer quando deixou vencer a mulher que a controla.
Sara Mel
DESCRIÇÃO DO VÍDEO: Richard Armitage - Passionate Kisses
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