Havia num lugarejo bem distante uma mulher que não podia realizar seus sonhos porque sempre quando anoitecia e ia dormir estava tão cansada que nem conseguia sonhar. Certo dia de chuva, sentada na mesa escolhendo feijões acabou dormindo e sonhou por primeira vez ali debruçada na velha mesa de sua cozinha. Sonhou que era uma mulher linda e rica, que tinha uma linda casa, um trabalho importante e que sua vida era tão atarefada que não tinha tempo nem para sonhar. Ao despertar essa mulher viu que não era a falta de sonhos que a aprisionava e sim a falta de tempo para viver a vida com mais prazer e alegria. Naquele dia resolveu que faria seus afazeres apenas até determinado horário, e o que não desse para terminar o faria no outro dia. Ligou a televisão, assistiu um programa com seu filho, conversou com seu esposo, tomou um banho quente e chamou o marido para deitar. O esposo viu naquela mulher algo que não via ha muito tempo, sorriu feliz de tanto contentamento. Nessa noite ela teve um sonho simples, e agradeceu ao amanhecer por ter a oportunidade de mudar sua vida tomando apenas uma atitude bem simples, de ser feliz com o que tinha.
Quero compartilhar com você um pouco do meu mundo e das minhas ideias. Neste blog você encontrará textos de vários gêneros. Espero que gostem. Beijussara
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sábado, 12 de julho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
Eu me apeguei demais a você
Certa vez eu fui ao shopping
da cidade vizinha onde moro, e fui sozinha, porque quando quero comprar algo
pra mim, ou escolher algum livro de leitura sempre faço isso. Fui a algumas
lojas, comprei algumas coisas e fui em direção à praça de alimentação e
me sentei para observar as pessoas que ali estavam.
Pensei... Será que é tão
difícil pra todas essas pessoas serem assim felizes se estivessem sozinhas?
As cenas que vi se repetiam
nas mesas que eu observava atenta. Famílias inteiras almoçando e dividindo as
batatinhas, casais aparentemente apaixonados trocando olhares cúmplices e
salpicados pelas mesas da praça de alimentação eu via pessoas sozinhas com seus computadores portáteis ou seu lanche individual dividindo em meia a tanta
felicidade sua aparente solidão.
Nessa hora pensei, por que
temos que nos apegar às pessoas?
Por que necessitamos tanto
estar ao lado de outra pessoa para que me vejam como alguém feliz?
Sabemos que nem sempre
poderemos estar ao lado da pessoa que amamos, mas mesmo assim nos apegamos a
ela, geramos uma dependência física, emocional, sexual e evitamos pensar na
perda da mesma.
Os homens muitas vezes negam
essa dependência, mas não é bem assim que acontece, eles também são dependentes
das mulheres assim como nós somos deles.
Visto que, muitos permanecem
numa relação já falida porque tem em casa uma esposa que lava, passa, cozinha e
cuida dos filhos sem questionar a relação. E quando a mesma começa a perceber
que está apenas servindo a esse homem de “faz tudo” ela própria acaba se
separando.
Então nesse caso o apego é
sem dúvida nenhuma algo cruel para os dois; pois estão perdendo valiosos
momentos de vida deixando de se amarem para ficarem juntos apenas por
interesses sociais.
Ah... Mas claro que existe
outra forma de apego!
E é esse tipo de apego que
nós, homens e mulheres, deveríamos sentir.
Conheço um casal que quando
olhamos vemos a cumplicidade neles. Depois de tanto tempo juntos se tratam
ainda como namorados, um é atencioso com o outro, um se preocupa com detalhes
do bem viver do outro.
Não os vejo grudados como irmãos
siameses o dia inteiro, mas vejo o carinho do esposo pela esposa nas redes
sociais, por exemplo, e nos telefonemas que ela recebe. Vejo nela o olhar
orgulhoso por ter ao seu lado um homem justo, honesto, trabalhador e que não se
envergonha de demonstrar o amor que sente por ela.
A leitora e amiga Suzana Rangel escreveu o seguinte: É evidente que é super normal nos apegarmos aos
nossos amigos, família, namorado, marido filho etc., mas como tudo na vida tem
um limite, então é bom analisar até onde vai esse apego, pois muitas pessoas
não sabem lidar com essa limitação e sendo assim não se abrem a beleza de
curtir sua própria companhia e se frustram porque nem sempre o mundo
corresponde a suas expectativas.
Tudo isso me faz pensar que, eu posso sim, ser uma pessoa que se apega às
outras pessoas, porém posso optar por viver só.
Conheço algumas pessoas que vivem exatamente desse modo e são carinhosas,
atenciosas, extremamente amorosas com seus familiares e amigos. São pessoas
como você, apenas não estão ligadas fisicamente a ninguém seja por opção ou
falta de oportunidade.
Eu me apego muito às pessoas, não sou grudenta, mas quando gosto de
alguém geralmente divido com essa pessoa minha vida, meus momentos tristes e
alegres, meus fracassos e minhas conquistas. Gosto também quando recebo a mesma
confiança e posso estar junto participando da sua vitória.
Uma vez ouvi dizer que uma pessoa só sabe se ama realmente o seu próximo
quando se alegra com sua alegria. Acredito nesse apego fraternal, nesse amor
incondicional.
Eu me apeguei demais a você.
Que possamos dizer essa frase não com tristeza e nem como uma única opção.
Que possamos dizê-la porque amamos estar ao lado dessa pessoa, porque ela
nos faz feliz, porque nos respeita, porque tudo que fazemos é para vê-la feliz,
de forma gratuita, de forma solidaria e amorosa.
Escrito em
30/03/2013
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Estragos que o tempo faz
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo. (Cecília Meireles)
Todavia um instante
apenas com você pode desfazer todo o estrago que o tempo fez.
(Sara Mel)
Quantas
vezes nos abatemos em nossa vida?
Muitas.
Você responderia.
E
quantas vezes nos refazemos?
Muitas
também com certeza.
Mas, as
marcas que o tempo deixa em nós, por problemas que passamos amores perdidos e o
próprio estresse do dia a dia, essas marcas mesmo que tentando disfarça-las
sempre permanece um pouco ali.
Nós,
mulheres temos que nos preocupar com muitas coisas e tudo ao mesmo tempo:
quando solteiras, desejamos o casamento e é nesse ponto que começam também as
transformações, temos que nos preparar para começar uma vida totalmente
diferente, passamos a ter muito mais responsabilidades porque chegam os filhos,
a educação, a alimentação saudável da família, a organização da casa e a nossa
própria organização que faz uma corrida paralela a tudo isso.
Ser uma
mulher independente hoje já deixou de ser opção feminina, salvo raros casos,
muitas mulheres hoje levam a cabo a tarefa de manter a casa não só arrumada,
não só organizada, mas também manter essa mesma casa em pé em todos os
sentidos.
E todas
essas tarefas modificaram as mulheres.
Hoje
somos mais exigentes, nervosas, autoritárias, determinadas, mas não podemos
deixar também de ser femininas, bonitas, cheirosas, afável, amável, carinhosa,
atraente e etc., etc., e tal.
Entretanto
fico abobalhada quando vejo em outras mulheres e porque não dizer em mim mesma
a veloz mudança que ocorre numa mulher quando está amando, amando a um homem,
amando a vida, amando seu trabalho, amando a Deus. Nossos olhos se enchem de um
brilho espetacular, nossa voz suaviza, cantamos, sorrimos a toa e passamos a
distribuir beijos, abraços e palavras tão doces que somos até confundidas com
anjos.
Sim.
Nós mulheres somos assim, esse ser completamente movido a amor, a calor, a
prazer pela vida. Deveríamos sempre poder estar assim envolvidas dessa maneira
para poder passar pra vocês homens, pra vocês filhos, pra vocês amigos essa
sensação de bem viver.
Mas o
que vejo infelizmente nem sempre é assim. Vejo mulheres deprimidas, sofridas,
amarguradas, desejosas da felicidade, medrosas, dependentes de remédios
controlados, com lábios duros, semblante caído porque a vida não foi para elas
o que elas sonharam.
Eu
poderia terminar esse texto dizendo que tudo está perdido. Que a vida para
essas mulheres terminou que não há esperança de serem felizes, mas estaria
mentindo, porque nós mulheres temos também um dom dado pelo Criador de
renovação. E basta um momento para transformar nossa vida naquilo que
merecemos.
Então
acredite que seus sonhos podem sim ser reais. Basta crer.
Eu quero também acreditar nisso.
Escrito em:
28/04/2012
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Desisto ou continuo tentando?
Esse é um tema muito
abordado por nós mulheres em longas e intermináveis conversas com quem
consideramos “nossa melhor amiga”. E a garota ou mulher que disser que
nunca teve uma conversa sobre esse
assunto eu tenho algo a dizer: Calma, chegará a sua vez!
Não há idade definida para
nós mulheres termos “essa dúvida cruel” nos matando, nos tirando noites e mais
noites de sono e o melhor de tudo é que fazemos desse assunto motivo até para
marcar um almoço com a melhor amiga numa praça de alimentação de um shopping
qualquer com direito a ver aquele filme super legal que está estreando no
cinema.
Talvez os homens de plantão
não entendam muito bem essa forma de decidir um relacionamento que nós mulheres
praticamos, mas tendo sentido para eles ou não é assim que agimos. Uma mulher
antes de tomar uma decisão, precisa sim, falar muito sobre esse assunto. E
quando digo muito, digo por vários dias, meses e “pasmem” algumas por anos e
anos intermináveis.
Eu sei que é moderno dizer
que: “Eu sou descolada, homem nenhum me faz chorar, homem nenhum me faz sofrer”
e bla bla bla, mas a verdade é que talvez a mulher atual esteja é “fazendo de
conta que não acredita mais nos contos de fada.
E por essa e outras razões
que vemos meninas falando abertamente do garoto que pegou no recreio na frente
de todo mundo inclusive na frente dos professores e ainda por cima sente
orgulho disso. É por esse motivo que depois vemos a mesma garota sendo
abandonada “pelo garoto tudo de bom” que ela pegou no recreio porque ele
simplesmente decidiu namorar aquela que ele acredita ser a garota ideal para
apresentar a sua família.
Você acha que eu estou
exagerando? Que não sei do que estou falando?
Engana-se, pois eu tenho um
filho de 19 anos e posso garantir que ele até hoje só me falou o nome de uma
garota, e essa, em especial tem um pai muito severo que a trata com zelo e uma
mãe cuidadosa, e eu acho isso muito bom.
Não estou aqui para dar
lição de moral e bons costumes, estou apenas falando no que acredito, eu vejo
muitas garotas engravidando com menos de 15 anos toda hora, eu vejo essas
mesmas garotas perdidas sem saber muito bem o que fazer com isso porque
resolveram se comportar como mulher mesmo antes de saber o que é ser uma
mulher.
Ser mulher não é apenas ter uma
vida sexual ativa, ser mulher implica um monte de responsabilidades e muitas
decisões que deverão ser tomadas dependendo das atitudes que tomarmos. E uma
delas é: Desisto ou continuo tentando?
Desisto ou continuo tentando
ser a mulher adorável e sincera?
Desisto ou continuo tentando
ser a esposa dedicada e carinhosa?
Desisto ou continuo tentando
viver nessa vida miserável em que me meti?
Desisto ou continuo tentando
ser feliz ao lado do homem que amo?
Desisto ou continuo tentando
conquistar o rapaz mais popular do colégio?
Desisto ou continuo tentando
viver como penso ser o certo?
São perguntas que às vezes
necessitamos responder não apenas uma vez, mas várias. São perguntas que
permeiam nossa existência aos 15, 30, 40, 50, 65, 80 anos, e não importa porque
afinal de contas enquanto estamos vivas devemos ser capazes de almejar a
felicidade.
Um dia na sala de aula falei
assim: Estou tão distraída que parece até que estou apaixonada!
A resposta que recebi de uma
das alunas me deixou muito triste, pois ela convicta e firme afirmou: Não faça
isso, é a pior coisa que poderia acontecer com você.
Nesse momento pensei, que se
uma menina de 14 anos não acredita mais no amor é porque não só apenas nós
mulheres estamos errando, mas também os homens estão de certa forma
desaprendendo a nos amar.
E sim, eu estou apaixonada!
Escrito em:
20/04/2013
sábado, 17 de maio de 2014
COMPARAÇÃO
Observem
essa casa, transpira vida que por sua chaminé solta fumaça como se expulsasse o que não lhe serve.
Pena
de quem não tem essa espécie de escape para poder livrar-se de suas angustias,
de seus medos, de seus maiores segredos.
Nosso
coração deveria ser como portas que podemos fechar quando queremos, nossos olhos
como janelas para ver apenas o que nos torna feliz como o raiar de um novo dia.
Li um livro escrito
em 1970, de Barry Stevens – Não apresse o rio (ele corre sozinho) sugestão de
meu médico há três décadas. Nele a autora relata sua vida de forma simples e
muito particular, fala das coisas que aprendeu, das pessoas que conheceu, dos
sucessos e fracassos. Faz uma retomada de tudo que foi e aceita que ninguém
cura ninguém.
Através dessa leitura aos poucos compreendi que apenas sou responsável por mim mesma, o outro, eu
não controlo, não posso mudar, melhorar. Cada um erra o tanto que quer errar,
melhora onde quer melhorar e ressurge melhor quando enfim cansar de ser o que
sempre foi, ou não.
Mas, eu posso escolher estar
ao lado dessa pessoa ou não, posso querer ou não compartilhar suas dores,
alegrias, sucessos, vida, afeto, carinho...
Somos como xícaras de café,
cheios de opiniões e especulações, como podemos ver a beleza da xícara sem
antes esvaziá-la? Como ser bom, sem antes nos livrarmos do mal, como sermos
felizes sem antes nos livrarmos das magoas, como conhecer o amor sem antes nos
livrarmos da dor.
Pense nisso...
Escrito em:
25/02/2012
sábado, 3 de maio de 2014
AS FASES DA LUA E A MULHER
Já tive a oportunidade de
ver textos, vídeos, fotos e inúmeras poesias que falam sobre esse assunto, não
querendo ser repetitiva decidi escrever um texto que fale sobre esses dois
seres tão parecidos e tão diferentes, mas de um modo muito particular, o meu
modo de pensar. Sobre como as fases da lua influenciam o meu modo de ser, de
ver o céu e de pensar.
Não sou mística, pelo
contrário, mas esse astro em especial me atrai muito, talvez pela sua beleza, seu
brilho solitário e a possibilidade de poder ver a olho nu, me encantam e tenho
a impressão de disponibilidade, diferente da sensação que sinto com o sol.
Desse me escondo, me cubro, meus olhos não conseguem vê-lo, sinto nisso a
distância e o calor que nos separa a imensidão que nos mantém distantes.
Quando a Lua encontra-se em
conjunção com o Sol, a face visível está totalmente às escuras e a face oculta
está iluminada. É a lua nova.
A mulher lua nova nos dias
de hoje é aquela coberta de expectativas, está nascendo para a vida, estudando,
pensando num futuro promissor, sonhando em ter um grande amor, por vezes
fazendo planos para o casamento. Essa mulher é cheia do vigor que a juventude
oferece, para ela o mundo é todo cor de rosa, cheia de amigos e lugares para
ir, diversão não lhe falta e ela tem pela frente muito tempo à sua disposição.
O sol não a amedronta, pelo contrário ela supre muitas de suas necessidades
banhando-se do seu calor, claro que essa mulher é especial porque carrega em si
o novo.
Aproximadamente 7,5 dias
depois a Lua encontra-se num ângulo de 90º em relação ao Sol. Nesta fase a
porção iluminada equivale à metade da face visível, portanto um quarto da
superfície lunar. Vem daí o nome Quarto crescente. Nesta fase a Lua nasce
aproximadamente ao meio-dia e se põe à meia-noite.
A mulher lua crescente já
realizou muitos dos seus projetos, provavelmente ou é uma profissional
independente ou uma dona de casa que faz do lar o seu principal bem, a mulher
nessa fase tem uma vida mais tranqüila, consegue se divertir indo a cinemas,
teatros, shows, festas familiares, algumas tem seu próprio negócio e conseguem
lidar com o tempo de forma a dividi-lo com seus filhos, esposo e ela própria.
Essa mulher aprendeu que a relação física e afetiva com o sol já não pode ser
tão intensa, muitas coisas mudam nessa fase, o imediatismo vai perdendo terreno
para o conceito do “cada coisa tem o seu momento e a qualidade agora tem
preferência em relação à quantidade”. Agora há o fator da escolha madura. Essa
mulher é muito sensual porque é experiente.
Quando a Lua se encontra em
oposição ao Sol, em torno de 15 dias após a Lua nova, sua face visível fica
totalmente iluminada, é a Lua cheia.
A mulher lua cheia agora
colhe os frutos do seu trabalho, nesta fase pensa que chegou a hora de pensar
nela própria, algumas começam a querer resgatar a menina que foi e que jamais
voltará a ser, aprende isso muito rápido, nesta fase surge os primeiros sinais
do tempo, começa ai uma corrida frenética pela juventude perdida, milhões de
cremes anti tudo que se possa imaginar. A mulher que é não aceita perder a
mulher que foi, mas ainda se vê em condições de reagir e recomeça. Matricula-se
em uma academia, faz uma dieta saudável, lê bons livros, ainda é produtiva e
sexualmente ativa. Consegue ser feliz e cheia de graça vendo seus filhos
crescendo e já pensa em ser uma avó tri legal.
A lua quarto minguante nasce
à meia-noite e se põe ao meio-dia.
A mulher lua minguante pensa
na vida como quem fez exatamente o que deveria ter feito. Conta nos dedos as
festas familiares obrigatórias, pois vê nelas um motivo para estar junto aos
seus. Freqüenta grupos da terceira idade na sua cidade, ama viajar de ônibus,
de trem, de avião, de navio e não perde a oportunidade de dançar e se encantar
com a vida. É nessa fase que ela agora tem o tempo para ser ela mesma, já nem
precisa fingir, pois já é reconhecida como uma mulher vitoriosa, é a avó
amorosa e simpática, mas também a mulher forte que serve como exemplo para as
luas novas que virão.
E o ciclo continua, pois a
mulher pode ser nova ao decidir fazer um curso universitário, aprender a nadar,
escrever um livro, realizar um trabalho voluntário ou qualquer outra coisa que
lhe der prazer. Pois a vida é uma dádiva de Deus e o Criador não limitou as
fases justamente para que você possa aproveitar a vida enquanto ela for sua.
Escrito em:
26/01/2012
sexta-feira, 2 de maio de 2014
A VIZINHA DOS MEUS SONHOS
Quando Augusto viu Rebeca
pela primeira vez logo se encantou por seus lindos olhos verdes, ele a via
passar todos os dias depois das cinco da tarde, e sempre sentia o mesmo: que
Rebeca era areia demais para seu caminhãozinho. E era mesmo.
No colégio Rebeca se destacava em todas as matérias, até
de química e física a garota entendia... Suas amigas babavam quando Rebeca
aparecia, e isso tinha uma razão lógica, ela era a mais bonita, a mais
inteligente, a mais rica e, por conseguinte a mais esnobe também.
Augusto conseguia admirar o nariz arrebitado de Rebeca,
achava lindo quando ela balançava todo o cabelo para dizer o que ela mais
gostava: “não gosto dessa maneira e pronto”. Ficava atento a tudo que ela
fazia. E Rebeca? Ela nem sabia que Augusto existia!
Com o tempo, meu amigo Augusto começou a trabalhar, de
tanto estudar passou num dos vestibulares mais concorridos de São Paulo, entrou
no curso de Engenharia da USP, se formou, comprou seu próprio carro, começou a
trabalhar numa grande empresa. Arranjou uma namorada “linda” na universidade e
tudo estava ótimo até que um belo dia ao estacionar o carro viu uma faixa
pendurada na frente da casa do vizinho que dizia: “Seja bem vinda Rebeca!”.
Nesse momento Augusto desmoronou.
A grande paixão da sua vida estava de volta depois de
longos dez anos, bestamente Augusto pensou que quando Rebeca o visse logo seria
reconhecido e aceitou com certa felicidade o convite dos pais para a grande
festa que aconteceria no sábado. Seria o acontecimento do bairro.
Augusto gastou um bom dinheiro na roupa que usaria. Naquela
semana cuidou dos cabelos, da pele, das
mãos e cuidou também para inventar uma boa desculpa para dar à namorada, pois
no sábado não poderia ir ao seu encontro.
Quando viu Rebeca descendo as escadarias de sua casa
chegou à conclusão que não deveria ter aceitado o convite. Ela estava muito
mais bonita muito mais altiva e muito mais mulher. Sorria como uma miss e
passou por Augusto como se ele fosse um sapo verde e asqueroso. Durante a festa
Rebeca aceitou dançar com vários rapazes e Augusto viu nisso a possibilidade de
se aproximar.
Quando Augusto tocou o ombro de Rebeca para pedir que
dançasse com ele sentiu que ali não encontraria receptividade. Rebeca
polidamente disse a ele que estava exausta e que ele encontraria de certo uma
mulher que ainda não tivesse encontrado alguém tão interessante como ele para
dançar por “toda noite”. Passou a mão pelos próprios ombros como se limpando
uma poeira qualquer, girou os calcanhares e delicadamente se afastou de
Augusto.
No outro dia Augusto pode ver as fotografias postadas no
facebook de muitos de seus amigos, dizendo o quão maravilhoso fora o sábado.
Ele olhou todas as fotos e conseguiu vê-lo sozinho em um canto com um copo de
nem se lembrava de que na mão.
Não ser lembrado pela vizinha dos seus sonhos talvez
fosse à lição que ele deveria aprender, sabia que agira mal com sua namorada
por trocá-la por alguém que nem se lembrava do seu nome. Pegou seu celular e
mandou um torpedo apaixonado para ela e prometeu a si mesmo jamais dar outra
oportunidade a Rebeca de cruzar o seu caminho outra vez.
O fato é que Augusto aprendeu a lição e percebeu que
perdera precioso tempo pensando naquela garota egoísta que mesmo com o passar
dos anos não mudou em nada o seu modo de agir.
Escrito em:
29 de outubro de 2013
sábado, 24 de agosto de 2013
A língua não tem ossos
A língua não tem ossos, mas é forte o suficiente
para cortar um coração. Por isso tenha cuidado com o que diz.
Passando meus olhos pelo
face book vi essa mensagem, e coincidentemente eu justamente estava pensando
nisso, no fato das pessoas falarem o que pensam, muitas vezes em horas
impróprias e pior sem nem tomar cuidado com o que diz.
Essa semana tive várias
experiências como essa. Sim, tive que engolir vários sapinhos, sapos e
inclusive sapões. E calar meu bem, é uma arte difícil de aprender, mas muitas
vezes necessária se queremos continuar convivendo com as pessoas.
Confesso que pra mim, calar
quando alguém não me trata bem é algo que ainda me provoca certo desconforto, a
falta de educação está em todos os lugares, porém eu sigo vivendo, sigo
sorrindo e acabo esquecendo o ocorrido, pois afinal de contas a língua não tem
ossos e muitas pessoas a usam como se fosse uma arma que solta labaredas de fel
por todos os lados. Tenho pena de humanos assim.
Pior ainda é quando a tal
língua fere alguém a quem você tanto ama, e pior que você sabe ser algo
injusto. Quando esse órgão desossado resolve colocar em prática o seu veneno é
preciso vestir uma armadura potente pra tentar, pelo menos, não sofrer um dano
ainda maior.
Muitas agressões, brigas,
tragédias tiveram sua origem na língua, então pense bem...
Muitas separações,
tristezas, rompimentos comerciais começaram porque alguém disse o que o outro
jamais gostaria de ouvir.
Remediar o que foi dito é
algo que às vezes causa um desconforto ainda maior, eu fico profundamente
irritada quando alguém fica se justificando, se desculpando, inventando outras formas
de convencimento a fim de tentar apagar o que disse.
Mas infelizmente nosso
cérebro não é um caderno e nossos ouvidos não são borrachas, acabamos guardando
as palavras ásperas dentro de nós, e acreditamos que se alguém consegue
destilar tanto fel em nossa direção é porque na verdade não se importa nem um
pouquinho com o que sentimos.
Já dei a minha face muitas
vezes nessa vida quando senti que valia a pena, porém para tudo tem um limite.
Se você é portadora de uma
língua especialista em destilar inverdades, fel, soberba, aprenda que um dia
você encontrará alguém que a faça entender o quanto é desagradável ter que
conviver com pessoas assim.
Agora, se você é aquela
pessoa que passa por momentos difíceis de suportar, e sente uma vontade imensa
de se afastar dessa língua maldosa e não pode por “N” motivos, tranquilize-se,
assim como eu, a vida ensina a filtrar as palavras alheias e armazenar dentro
de si apenas o que vale a pena.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
O MONÓLOGO DO CASO TELEFÔNICO
Depois de dizer por varias
vezes a ele, eu odeio telefone, ele simplesmente me diz: Liga pra mim!
E eu tenho vários motivos para odiá-lo, tem aquelas
pessoas metidas à telefonista que falam o tempo todo Ok. Ok. Ok. e a gente fica esperando minutos sem fim até a pessoa resolver encerrar a conversa. Existem aquelas que perguntam: De onde falam? E a gente responde
com a maior paciência “É da casa de fulano de tal”, o número é etc. etc. E tal,
aí a outra diz “É engano” e Tu. Tu. Tu. E o som reflete o descaso de quem nem
se importou de pedir desculpas.
Mas voltando ao assunto, eu odeio mesmo telefone e ele me
diz: Liga pra mim! Aí eu ligo, é claro de um telefone público – daqueles que
mais parecem uma orelha enorme e que engole todos os nossos créditos a cada
trinta segundos.
Bom, de início o telefone mais próximo de minha casa fica
perto de uma padaria que mais se parece com um boteco; vende lingüiça no
palito, ovo cozido colorido e cachaça. Imagine você que além de encarar aquela
orelha azul e enorme me engolindo ainda tenho que presenciar cenas bizarras de
escolhas alegres entre o ovo e a lingüiça assada.
Então procuro esquecer o meu mau humor e lá vou eu
discando o número da minha futura sogrinha (tenho que tratá-la bem) e todo
mundo olhando, quando o danado do orelhudo engole, descaradamente todos os
créditos do meu único cartão telefônico, meu único cartão, é claro, que afanei
da gaveta de minha irmã que adora por sinal esse telefone. Então decido ir ao
caixa comprar mais um cartão.
_ Só um? Pergunta o rapaz com uniforme laranja escrito
Padaria Bom Preço.
_ Eu falo pouco ao telefone – respondo
Sei por experiência própria que a futura sogrinha
atenderá e eu perguntarei: Tudo bem? E ela como sempre me dirá: Mais ou menos e
fingindo atenção e comovida pedirei: Pode chamar o amorzinho!
Completo a chamada e o telefone toca, toca, toca.
Escuto sua voz fraca, e pergunto: Tudo bem? Hei sogrinha,
sou eu sua norinha preferida, e Tu. Tu. Tu.
Você já imaginou alguém que decididamente odeia telefone,
levar um bem na cara. Será que a sogrinha endoidou, pirou?
_ Moço, mais um cartão!
_ Só um?
_ Eu falo pouco ao telefone.
E o telefone toca, toca e toca.
_ Alô!
_ Alô... De onde fala?
_ Alô... Quem fala?
_ Cunhadinha sou eu, sua...
_ Ô engraçadinho, vê se para de encher o meu saco!
_ Mas, cunhadinha o que eu fiz?
_ Vagabundo!
E tu... Tu... Tu.
Pô tá certo que eles são de raça quente “italianos”, mas,
já estão exagerando.
_ Moço, mais um cartão.
_ Só um?
_ Eu falo pouco.
E o telefone toca, toca e toca.
_ Alô!
_ Amorzinho... Sou eu.
_ Molambento velho! Ahahahaha
_ Ô amorzinho... O que está acontecendo?
_ Baranga!
E tu... Tu... Tu...
Dessa vez não deu para agüentar, o “idiota” me chamou de
“baranga”.
_ Ô moço, mais um cartão.
_ Só um?
_ Já disse que eu falo pouco.
E o telefone toca, toca, toca.
_ Alô!
_ Ô sogra, chama ai o “corno” do seu filho! (nisso o
boteco parou de beber)
_ Vai pra P... Q... P
_ Não vou não.
_ Filha de uma p...
E tu... Tu... Tu...
Família busca-pé!
E eu que disse a ele que odiava telefone. E o fulaninho sem vergonha
(que até pouco tempo era meu amorzinho) nem coragem de me enfrentar teve.
Decididamente estava tudo acabado, mas como eu sou muito sentimental, não
poderia deixar de chorar copiosamente, desesperadamente dentro do boteco, digo
padaria.
_ ô moca!
_ Eu não quero mais cartão.
_ Mas, o telefone está quebrado.
_ O que?
_ Quebrado.
_ Não funciona?
_ É... Quebrado é quebrado, né?
_ Mas como?
_ Bem... É o seguinte, o camarada fala, fala, fala e do
outro lado... Bulhufas, ninguém escuta nada.
_ O que?
_ Tenho que vender os cartões.
_ Sacanagem heim?
Já ia saindo quando me lembrei.
_ Ô sacana, tem certeza que ninguém ouviu o que eu disse?
_ Tá quebrado né moça!
_ Ufa... Que sorte!
_ Sorte?
_ Ah... Deixa pra lá!
E pensei, porque pensar é melhor que telefonar, pelo
menos não teria nada o que explicar.
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