terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MARJORIE EM VIRTUAL texto 13

Nesse texto vamos falar sobre o relacionamento virtual.

IMAGEM RETIRADA DE: recantodasletras.uol.com.br
Algumas coisas acontecem ao acaso, outras atraímos. Seu refrigério surgira assim, quando mais precisara.
Não conhecia a sua voz, jamais poderia ouvi-lo.
Nunca vira seu rosto, conhecia seu sorriso, podia senti-lo em suas palavras que eram escritas diariamente e seus signos de comunicação.
Seu silêncio de reprovação respeitava. Em suas brincadeiras deleitava, ela o admirava. Ele não necessitava ser como os outros homens que conhecia, com ele era diferente, o mundo o transformara nessa forma de ser: virtual.
Marjorie apoiava suas idéias, ansiava por seus conselhos, ela também poderia ser o que quisesse com ele. Queria simplesmente aprender como sempre fizera, devorando-o.
Ela o consumia diariamente, se divertia com isso. Com o passar dos dias descobrira que ele a estava curando. Curando de si mesma. Em sua mente já não mais martelava os mesmos pensamentos, uma só idéia, agora descobrira um novo mundo além do seu, o mundo irreal e criativo em que ele vivia.
Poderiam estar perto, mas não queriam. Há situações em que a distância conforta e protege. Marjorie preferia que fosse assim também. Não poderia ser ferida outra vez si se mantivesse longe.
Fácil é quando não temos ao nosso alcance o brilho de outros olhos, neles vemos tudo, descobrimos nossa alma, mostramos o mais profundo do nosso íntimo.
Ele jamais a conheceria totalmente, apenas gotas teria, era assim que seria. Ela não permitiria que o suor de suas mãos a denunciasse de novo, não deixaria que o rubor de suas faces falasse por ela, jamais veria suas lágrimas diáfanas, nem tocaria seu coração.
Dela teria apenas o que a ele seria permitido.
Marjorie se extasiava nesses planos absurdos de fuga e pensava que sentimento ambíguo era esse afinal.
     Simples é poder deletar caracteres emocionais, difícil é conseguir desconectá-los de sua mente. Fácil é fingir que controla suas emoções virtuais, difícil é sentir através das palavras as sensações desejadas pelo ser que seu corpo se nega conhecer.
      E são assim todos os dias quando a luz que os mantém conectados se apaga.