Texto que fala sobre as
canções que fazem parte da nossa vida.
Marjorie mantinha ilusões
guardadas por vezes em seu coração, quase sempre confundia tudo imaginando
romances que nunca existiram, idealizando amores que jamais teve.
Lembrava e perpetuava aquela
canção que a remetia ao seu querido, ao homem desejado e a cantava baixinho, e
quando no rádio escutava aqueles acordes pensava estar mais perto daquele amor.
Emocionava-se porque
confundia aquela emoção e acreditava que naquele mesmo instante “ele” também a
estava escutando e se lembrando. Ledo engano.
A letra falava do que
viveram, traduzia o amor que sentiu que pensava ainda sentir e que com certeza
continuaria a reviver por longos anos até que aquela canção fosse substituída
por outra.
É assim que geralmente
acontece, ela se acostumou a escutar repetidamente aquele acorde, de repente a
canção ficou guardada numa gaveta, ela a protegia para manter aquela emoção
resguardada do tempo que passava sem poder evitar que outros acordes surgissem
em sua vida.
Inevitavelmente outra canção
surgiu, nova, cantada e ovacionada em vários meios de comunicação, se emocionou
outra vez, aprendeu rapidamente essa nova letra, esse novo acorde e continuou
cantando, continuou dançando ao som desse novo ritmo.
Mas não se iludia, não
conseguia se enganar por muito tempo, pois sabia e às vezes lembrava-se da sua
música, que fora nossa um dia e que guardava numa gaveta protegida de seus
outros pensamentos, separada de outros ritmos, preservada.
Hesitava um pouco antes de
voltar a escutá-la outra vez e de novo se emocionava igual e sabia que a
ouviria por muitas vezes ainda, pois “ela” nesse momento voltava a ser o que
era quando ouvira essa canção por primeira vez.
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