Texto que fala sobre as cartas de amor que
escrevemos e muitas vezes não temos coragem de enviar
Muitas de nós temos
guardadas nessas cartas nossa história. Geralmente bem escondidas e de tempos
em tempos voltamos a lê-las e relembrar velhas histórias.
As cartas de amor que
escrevemos e não mandamos eram poesia singela que hoje transformaram em frases
atualizadas diariamente em perfis na internet. As cartas que antes usávamos
para registrar nossos momentos mais marcantes hoje estão em caixas com laços
bem arrumadas como nossa vida deveria estar e muitas delas esquecidas, mas
estão lá.
Nós não tínhamos coragem de
enviá-las, pois nelas estavam registrados todos os nossos sonhos, sentimentos e
desejos. Não tínhamos como expressar-los e encontramos nesse modo a forma mais
segura.
A pessoa que deveria
recebê-las provavelmente não saiba até hoje o conteúdo tão profundo nelas
gravados. Talvez as receba um dia pelas mãos de outra pessoa. Talvez tarde
demais para respondê-las.
Nesse dia saberá que sua
história não está completa, deverá sentir um enorme nó na garganta, uma
infinita saudade, desespero. Talvez essa pessoa almejasse ter recebido essas
linhas em papéis perfumados, talvez se isso houvesse acontecido tudo tivesse
sido diferente.
Mas não vivemos mais no
mundo das cartas, elas hoje são antiga forma de expressão e usar desse modo de
comunicação é assumir-se velho e ultrapassado.
Mas as cartas de amor, essas
que mantemos guardadas ainda existem sim, dentro de nossas casas, num cantinho
do nosso armário, numa caixinha comprada especialmente para elas. Esperando um
dia serem lidas pela pessoa que amamos, ou não... Quem sabe?
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