Certa vez eu fui ao shopping
da cidade vizinha onde moro, e fui sozinha, porque quando quero comprar algo
pra mim, ou escolher algum livro de leitura sempre faço isso. Fui a algumas
lojas, comprei algumas coisas e fui em direção à praça de alimentação e
me sentei para observar as pessoas que ali estavam.
Pensei... Será que é tão
difícil pra todas essas pessoas serem assim felizes se estivessem sozinhas?
As cenas que vi se repetiam
nas mesas que eu observava atenta. Famílias inteiras almoçando e dividindo as
batatinhas, casais aparentemente apaixonados trocando olhares cúmplices e
salpicados pelas mesas da praça de alimentação eu via pessoas sozinhas com seus computadores portáteis ou seu lanche individual dividindo em meia a tanta
felicidade sua aparente solidão.
Nessa hora pensei, por que
temos que nos apegar às pessoas?
Por que necessitamos tanto
estar ao lado de outra pessoa para que me vejam como alguém feliz?
Sabemos que nem sempre
poderemos estar ao lado da pessoa que amamos, mas mesmo assim nos apegamos a
ela, geramos uma dependência física, emocional, sexual e evitamos pensar na
perda da mesma.
Os homens muitas vezes negam
essa dependência, mas não é bem assim que acontece, eles também são dependentes
das mulheres assim como nós somos deles.
Visto que, muitos permanecem
numa relação já falida porque tem em casa uma esposa que lava, passa, cozinha e
cuida dos filhos sem questionar a relação. E quando a mesma começa a perceber
que está apenas servindo a esse homem de “faz tudo” ela própria acaba se
separando.
Então nesse caso o apego é
sem dúvida nenhuma algo cruel para os dois; pois estão perdendo valiosos
momentos de vida deixando de se amarem para ficarem juntos apenas por
interesses sociais.
Ah... Mas claro que existe
outra forma de apego!
E é esse tipo de apego que
nós, homens e mulheres, deveríamos sentir.
Conheço um casal que quando
olhamos vemos a cumplicidade neles. Depois de tanto tempo juntos se tratam
ainda como namorados, um é atencioso com o outro, um se preocupa com detalhes
do bem viver do outro.
Não os vejo grudados como irmãos
siameses o dia inteiro, mas vejo o carinho do esposo pela esposa nas redes
sociais, por exemplo, e nos telefonemas que ela recebe. Vejo nela o olhar
orgulhoso por ter ao seu lado um homem justo, honesto, trabalhador e que não se
envergonha de demonstrar o amor que sente por ela.
A leitora e amiga Suzana Rangel escreveu o seguinte: É evidente que é super normal nos apegarmos aos
nossos amigos, família, namorado, marido filho etc., mas como tudo na vida tem
um limite, então é bom analisar até onde vai esse apego, pois muitas pessoas
não sabem lidar com essa limitação e sendo assim não se abrem a beleza de
curtir sua própria companhia e se frustram porque nem sempre o mundo
corresponde a suas expectativas.
Tudo isso me faz pensar que, eu posso sim, ser uma pessoa que se apega às
outras pessoas, porém posso optar por viver só.
Conheço algumas pessoas que vivem exatamente desse modo e são carinhosas,
atenciosas, extremamente amorosas com seus familiares e amigos. São pessoas
como você, apenas não estão ligadas fisicamente a ninguém seja por opção ou
falta de oportunidade.
Eu me apego muito às pessoas, não sou grudenta, mas quando gosto de
alguém geralmente divido com essa pessoa minha vida, meus momentos tristes e
alegres, meus fracassos e minhas conquistas. Gosto também quando recebo a mesma
confiança e posso estar junto participando da sua vitória.
Uma vez ouvi dizer que uma pessoa só sabe se ama realmente o seu próximo
quando se alegra com sua alegria. Acredito nesse apego fraternal, nesse amor
incondicional.
Eu me apeguei demais a você.
Que possamos dizer essa frase não com tristeza e nem como uma única opção.
Que possamos dizê-la porque amamos estar ao lado dessa pessoa, porque ela
nos faz feliz, porque nos respeita, porque tudo que fazemos é para vê-la feliz,
de forma gratuita, de forma solidaria e amorosa.
Escrito em
30/03/2013
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