sexta-feira, 22 de junho de 2018

046 - INSÔNIA


É madrugada, o apito noturno me ilude proteção.
Ele está tão longe, mas mesmo assim ouço ruídos
Quem será que ligou o motor?
O som me desperta mais um pouco
E quando abro os olhos... Escuridão.
Onde estou?
Quem me desperta essa hora?
Que bêbado cambaleia em meu portão?
Meu cão late, e surge em meus ouvidos,
Uma sinfonia noturna, estridente, persistente.
Parem! Grito mentalmente.
É madrugada.
De repente o silêncio, calmo, assustador.
Como se todas as coisas estivessem mortas
Ensurdeci. E me senti tão só.
É madrugada, é noite gelada.
Alguém sonha ao meu lado,
Sonha o que não consigo ter... Sonho.
Meu sonho é acordado, é cansado.
A respiração é lenta, o nervosismo aumenta.
A cabeça balança feito um pêndulo.
Vai ao trabalho, vai ao amado.
Vem lamentando estar acordado.
É madrugada fria.
Minha mente aflita, minha noite perdida,
O sono partiu, quando fiquei só, quando todos partiram.
Os minutos passam lentos, conto os segundos,
Meus olhos acostumados com a escuridão vêem você.
Calmo, lindo ao meu lado.
Poderia te amar agora, poderia te dar muito de mim,
Mas teu sono é tão merecido, tão tranqüilo, tão excitante,
Que desisti.
Escrita em 05/09/2010
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LIVRO MADRUGAIS
autora: Jussara Melo
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