É madrugada, o apito noturno
me ilude proteção.
Ele está tão longe, mas mesmo
assim ouço ruídos
Quem será que ligou o motor?
O som me desperta mais um
pouco
E quando abro os olhos... Escuridão.
Onde estou?
Quem me desperta essa hora?
Que bêbado cambaleia em meu
portão?
Meu cão late, e surge em meus
ouvidos,
Uma sinfonia noturna,
estridente, persistente.
Parem! Grito mentalmente.
É madrugada.
De repente o silêncio, calmo,
assustador.
Como se todas as coisas
estivessem mortas
Ensurdeci. E me senti tão só.
É madrugada, é noite gelada.
Alguém sonha ao meu lado,
Sonha o que não consigo ter...
Sonho.
Meu sonho é acordado, é
cansado.
A respiração é lenta, o
nervosismo aumenta.
A cabeça balança feito um
pêndulo.
Vai ao trabalho, vai ao amado.
Vem lamentando estar acordado.
É madrugada fria.
Minha mente aflita, minha
noite perdida,
O sono partiu, quando fiquei
só, quando todos partiram.
Os minutos passam lentos,
conto os segundos,
Meus olhos acostumados com a
escuridão vêem você.
Calmo, lindo ao meu lado.
Poderia te amar agora, poderia
te dar muito de mim,
Mas teu sono é tão merecido,
tão tranqüilo, tão excitante,
Que desisti.
Escrita em 05/09/2010
Veja mais em:
LIVRO MADRUGAIS
autora: Jussara Melo
https://clubedeautores.com.br/book/
Nenhum comentário:
Postar um comentário