segunda-feira, 3 de julho de 2017

QUANDO O AMOR MANDA NA GENTE



Se existe uma luta desleal, uma batalha improvável de ser vencida, é a guerra que travamos contra o nosso coração. Quando o amor domina nossos dias e nossas noites, quando o amor nos torna reféns dos nossos próprios sentimentos, ficamos escravizados e ainda pagamos um preço muito alto por isso.
Escrever sobre a fraqueza feminina não é algo fácil para uma mulher, também não acredito ser fácil ler sobre o assunto, mas quando conhecemos o que nos aflige temos maiores chances de combatê-lo.
Não quero falar do amor que vivifica, do amor que compadece, do amor que é refrigério da alma, do amor que nos completa.
Quero falar do amor que despedaça, do amor que maltrata que traz lágrimas aos nossos olhos, que dói no peito, que sangra na alma. E que mesmo assim o chamo de amor por não saber outra palavra tão forte que o substitua.
Só uma mulher que amou assim sabe do que estou falando e para aquelas que tiveram a sorte de não conhecê-lo ainda possa aprender sobre ele e se afastar tão logo o reconheça. Mas já aviso, não será fácil sua missão.
Alguns sintomas são bem claros, outros vamos reconhecendo através do tempo, mas se não escapamos antes que se aloje dificilmente nos livraremos dele.
Geralmente chega de mansinho, como um encantamento, você sente que seu coração quase para quando o vê é uma espécie de “morte doce”, seus olhos brilham de tanta alegria, suas faces se ruborizam, seu corpo estremece ao simples toque de seus dedos, sente um arrepio na alma e a partir desse dia seus pensamentos não mais pertencem a você, ele tem dono, nome, cheiro, endereço, corpo e você o deseja como jamais desejou alguém.
A sua alegria é tamanha que não consegue ver seus defeitos, aceita os seus vícios e justifica todos seus erros e tudo em nome do imenso amor que sente por ele. Você acredita ser capaz de curá-lo de todos os seus medos, de todas suas dores, arrancar com suas próprias unhas seus tormentos.
Começa a ser tudo para esse ser, ser mãe, esposa, amante, irmã, amiga. Pensa que dessa maneira ele só necessitará de você, mas descobre que mesmo sendo você tão perfeita e dedicada, tão amorosa e compreensiva, tão submissa e apaixonada, tão boazinha, mesmo sendo tudo o que ele quer que você seja, mesmo assim ele deseja mais e ainda é infeliz.
Acusa você de toda a infelicidade que sente e você acredita ser a culpada.
Os anos passam e você ainda acredita que tudo possa mudar que o amor da sua vida voltará a te amar, que tudo passará que se perdoar tudo ele verá o quão grande é seu amor e retribuirá todo esse sacrifício, todo esse cuidado, você realmente acredita nisso.
É verdade que conheço algumas mulheres cuja sua fé removeu montanhas e trouxeram para si o amor há tanto tempo desejado, essas mulheres souberam esperar, amaram muito mais que foram amadas, foram persistentes e no final receberam sua paga. O pagamento justo pelo amor que ofertaram. Mas nem todas as mulheres têm tamanha sorte.
O que vemos na grande maioria das vezes são mulheres amarguradas que lastimam a vida, que se justificam ficando em silêncio.
O que antes era uma atitude de amor, nobre, sábia, pois a mulher que mantém o seu lar é digna, é santa, é mãe e respeitada. Hoje a sociedade incute na mesma mulher que mantém esses mesmos valores outros adjetivos. Essas mulheres são consideradas doentes, apontadas como fracas submissas no sentido pejorativo da palavra, dependentes emocionalmente e sem amor próprio.
Ou seja, quando o amor domina uma mulher, ela não consegue dominar suas emoções e põe tudo a perder. O sofrimento é tão grande que as pessoas se afastam e desistem de tentar fazê-la entender, as criticas diminuem sua auto-estima e se vê humilhada, envelhecida, envergonhada e cada vez mais impotente, parece ser o fim, mas não é.
É quando todos já perderam a esperança em você, é nessa hora que você encontra forças para voltar a ser quem sempre foi, é nesse momento que você pode sentir o valor que ainda está escondido dentro de você. É um trabalho árduo, terá que colocar as rédeas de volta nas mãos de quem nunca deveria ter saído. Em suas mãos.
Reaprender a conduzir a sua vida, voltar a amar-se, conseguir sentir prazer nas coisas mais insignificantes. Conseguir caminhar sozinha, sem muletas, e depois quem sabe aprender a dividir aprender que o amor é sim o sentimento mais saudável que existe.
O Criador nos presenteou com o amor, este sentimento tão profundo para que homens e mulheres pudessem ter dentro de si algo do próprio Deus.
Mas esse sentimento é tão grande que nós muitas vezes não conseguimos controlá-lo se não o dividirmos, nos perdemos em sua imensidão.
Porém não precisa ser assim, podemos saborear o doce gosto do amor se o aprendemos a compartilhar com outras pessoas, com nossos filhos, nossos amigos, nosso próximo, nos amando e não o entregando apenas a uma só pessoa, pois tudo que transborda geralmente escorre por nossas mãos e o perdemos.
Pense nisso.







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