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Descansa amigo poeta!
Descansa nos versos!
E levanta mais altivo!
No meio de outras rimas.
Quando era jovem cronologicamente, pois acredito que ser jovem é bem mais que o passar do tempo, costumava ler versos na escola, criar rimas e cantá-las aos amigos que tinha. Tinha contato frequente com livros de poesia, adorava me refugiar nos versos e voar como pássaro liberto até onde as estrofes me levavam.
Um dia percebi que o mundo e nem eu estávamos mais tão cerca desses poemas que me fizeram tão bem na minha mocidade, existia agora tantos afazeres domésticos, tantos estudos mais importantes, tantas canções e tanto trabalho a ser feito, preço que nós mulheres pagamos em dobro, pois temos duas jornadas diárias, e ela só termina quando as luzes de nossa casa se apagam.
Deixei de escrever por vários anos, umas duas décadas pelo menos, cheguei a esquecer meus versos numa caixa de papelão empoeirada que pelo menos tive o cuidado de guardar. E comecei a me profissionalizar, estudava e me dedicava ao máximo ao meu trabalho e á faculdade que no futuro seria útil para continuar vivendo dignamente.
Quando somos casadas pensamos que a união normativa a qual pertencemos é um seguro vitalício e nos esquecemos das mudanças que o tempo nos impõe. Quando me casei era muito diferente do que sou hoje. Agora mais exigente mais segura e independente não aceito o papel de coadjuvante que me submeti por mais de dez anos de minha vida.
Quando essas mudanças interiores começam a ocorrer nem todas as pessoas que nos rodeiam entendem e às vezes a separação é inevitável. E foi isso que me proporcionou voltar à minha origem com a velha e amada escrita.
Porém, até essa forma simples de comunicação se modificou, antes guardava meus versos, contos, e diário em inúmeros cadernos. Hoje faço tudo isso diante de um computador, ora conversando, ora escutando minhas músicas preferidas. E sei que várias mulheres como eu podem e devem pensar e vasculhar essa veia criativa que nos mantém vivos através dos tempos e da história.
Assim como eu mudei, os poetas que li também mudaram. Hoje os vejo mais críticos, modernos, já não contam as rimas, já não falam apenas de amor. Hoje tratam seus versos como letras vivas, se necessário as transformam em canções que nós repetimos diariamente.
Assim como Cazuza, Renato Russo, Victor, Axl Rose da banda Guns N’ Roses e muitos outros que nos dão o prazer de estar em contato com a forma mais linda que o ser humano encontrou para se expressar: A poesia.
Sara Mel
Hoje escolhi para vocês a banda Guns N’ Roses com a canção “Patience”, espero que gostem. Tem a tradução e um pouco de poesia. Beijuss da Sara
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