Qual dessas mulheres mais se
parece com você? Qual dessas mulheres você jamais seria? Qual desses
comportamentos você aprova ou desaprova? Dessas formas de amar, existe aquela
que seja a correta para você, ou a que seja completamente inadequada? Podemos
julgar o amor?
Toda mulher tem uma forma de
amar, algumas conseguem amar a um homem apenas por toda uma vida, outras amam
através dos tempos os homens que passam por sua existência. Qual dessas
mulheres se parece com você? Ou melhor, você não se enquadra em nenhuma dessas
descrições?
Gabriela,
ainda jovem conheceu o amor da sua vida, lutou com garras e dentes por esse
amor, quando precisou provar a ele que o amava simplesmente o fez, não se
importou se era certo ou errado, se viria o arrependimento depois, apenas o
amou. Engravidou e casou-se com ele, teve filhos, construiu sua família, foram
por algum tempo felizes, mas num dia cinzento de outono descobriu que o seu
amado esposo a traia. Chorou, pensou morrer, falou mal, brigou, odiou a amante,
mas não conseguiu se separar, e perdoou não apenas essa traição, mas todas as
outras que esse homem cometeu. Estão juntos até hoje, ele do modo que sempre
quis viver e ela do único modo que podia para poder estar ao lado do seu amor.
Bianca se
apaixonou ainda muito menina, seus pais sempre foram muito severos, fora criada
nos moldes familiares mais rígidos, tinha um sonho, casar-se virgem, e quando
seu namorado quis algo mais íntimo ela não conseguiu desobedecer as regras que
aprendera no seio familiar e o perdeu. Sofreu, chorou, culpou-se, acreditou ser
tudo isso muito injusto, mas seguiu vivendo, estudando, trabalhando, namorando
outros garotos, mas nunca esquecendo, nunca se perdoando. Casou-se virgem como
sonhara, mas não com o homem que amava. Construiu uma família, teve filhos
desse casamento, algumas vezes era feliz e outras se lembrava e pensava como
seria se tivesse agora com seu amor e por isso seu casamento desmoronou, por
esse motivo e vários outros. Cresceu profissionalmente, emocionalmente ainda se
sentia presa e colocou seus sentimentos a prova. Reencontrou seu passado,
provou do mel e do fel que isso representa e viu que perdeu anos de sua vida em
ilusões, mas ela é acostumada a cair e levantar-se e de novo se amou mais que
qualquer outra coisa e recomeçou do zero outra vez.
Kátia
sempre fora impulsiva, agia sempre do modo que para ela fosse mais eficiente e
não conseguia deixar nada para depois. Sua grande meta era ser mulher e se
sentir amada, sentir prazer era algo que a fascinava. Por anos viveu uma vida
dupla, era duas mulheres e uma bem diferente da outra. A primeira era aquela
que todos deveriam e podiam conhecer e era também a que ela desejava preservar.
Era mãe apaixonada por seus filhos, cuidadosa com a casa, amiga e esposa. A
outra era o reverso, era ninfa que enfeitiçava, com uma identidade secreta, era
a amante ardente, disponível pelas tardes, gostava do prazer que sentia e
proporcionava horas de luxuria e prazeres. Apreciava a adrenalina que isso
provocava nela e em seu amante, sabia que era infiel, mas não tinha opção, pois
achava amar aos dois e não poder viver sem eles. Até que também fora traída e
tomou a decisão de ficar onde se sentia mais protegida, com sua família.
Carolina
quando pequena perdeu seu pai, fora criada por sua mãe, com ela aprendeu a ser
forte e independente fez dos estudos seu tesouro, amigos ela os tinha e os
cuidava com zelo, sempre fora amorosa. Por ter medo de ser abandonada como a
mãe jamais se envolveu seriamente, teve seus amores, seus prazeres. A decisão
de nunca se casar chocou sua mãe, mas querer ser feliz sem a dependência de um
homem a atraia e as tantas atividades que tinha a completava. Sendo livre pode
conhecer o mundo, fez inúmeras viagens, sua vida não conhecia a rotina dos
afazeres domésticos, trabalhava duro em todos os sentidos para ser feliz e
respeitada pela escolha que fez. Ficar sozinha.
Ester foi
apresentada à igreja ainda bebê, sua dedicação exclusiva às obras religiosas a
transformou em serva fiel, executando trabalhos voluntários, ajudando nas obras
sociais e se um dia encontrasse o homem perfeito seria ali no templo que
congregava. Elias a amou no momento que há viu, casaram-se rapidamente,
aceitaram todos os filhos que lhe foram enviados, são almas irmãs, não mentem,
não humilham um ao outro, se respeitam e se amam e acima de tudo são dedicados
a Deus que os criou.
O amor é inerente a todas
essas mulheres, de diferentes formas, mas importante e necessário para que cada
uma seja o que decidiu ser. Não consigo ver uma forma correta, nem a mais virtuosa,
nem a mais egoísta. Simplesmente o amor justificado por cada uma delas como
sendo a forma que ela sabia, queria e amou.
O amor é o sentimento mais
valioso, deveria trazer paz, alegria, jubilo, deveria embelezar o seu dia a sua
vida, mas nem sempre é aceitável, permitido, entendido, compartilhado. Cabe a
cada um de nós respeitar as varias formas em que o amor nos é apresentado.
E ser feliz!
E ser triste!
Quem sabe?
Escrito em:
12/11/2011
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