sábado, 7 de dezembro de 2013

AS CARTAS QUE EU NÃO MANDO

Texto que fala sobre as cartas de amor que escrevemos e muitas vezes não temos coragem de enviar


Muitas de nós temos guardadas nessas cartas nossa história. Geralmente bem escondidas e de tempos em tempos voltamos a lê-las e relembrar velhas histórias.
As cartas de amor que escrevemos e não mandamos eram poesia singela que hoje transformaram em frases atualizadas diariamente em perfis na internet. As cartas que antes usávamos para registrar nossos momentos mais marcantes hoje estão em caixas com laços bem arrumadas como nossa vida deveria estar e muitas delas esquecidas, mas estão lá.
Nós não tínhamos coragem de enviá-las, pois nelas estavam registrados todos os nossos sonhos, sentimentos e desejos. Não tínhamos como expressar-los e encontramos nesse modo a forma mais segura.
A pessoa que deveria recebê-las provavelmente não saiba até hoje o conteúdo tão profundo nelas gravados. Talvez as receba um dia pelas mãos de outra pessoa. Talvez tarde demais para respondê-las.
Nesse dia saberá que sua história não está completa, deverá sentir um enorme nó na garganta, uma infinita saudade, desespero. Talvez essa pessoa almejasse ter recebido essas linhas em papéis perfumados, talvez se isso houvesse acontecido tudo tivesse sido diferente.
Mas não vivemos mais no mundo das cartas, elas hoje são antiga forma de expressão e usar desse modo de comunicação é assumir-se velho e ultrapassado.
Mas as cartas de amor, essas que mantemos guardadas ainda existem sim, dentro de nossas casas, num cantinho do nosso armário, numa caixinha comprada especialmente para elas. Esperando um dia serem lidas pela pessoa que amamos, ou não... Quem sabe?





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