Lembro-me desse dia como se
fosse hoje, não era um momento bom em minha vida, estava enferma: fisicamente,
emocionalmente e interiormente. Senti que precisava respirar, precisava
renascer e recomeçar.
O destino era a praia de
Itaguaré na cidade de Bertioga, litoral de São Paulo. O dia estava agradável e
mesmo que eu não seja daquelas pessoas que amam ficar tostando na areia, me
satisfaço com as longas caminhadas que me energizam e acalma o meu ser.
Nesse dia caminhei
quilômetros, e enquanto as ondas massageavam meus pés eu sentia minha alma
voltar tranquila de onde nunca deveria ter saído. Quando se caminha sem pressa
de voltar podemos apreciar o que a natureza nos oferece gratuitamente, e foi
nesse dia que vi pela primeira vez uma mariposa gigante e azul sobrevoando a
espuma viva e brilhante daquele mar que me sondava. Fotografei aquele ser
magnifico com meus olhos que jamais o esquecerá e pensei nas belezas que perdia
quando me negava esse prazer tão simples e gratuito.
Ouvia o suspiro do vento que
me dizia: ̶ Eu existo por você, fui
criado por você. Sinta-me, refresque-se e apaixone-se por si mesma outra vez!
Era uma sensação de carinho
natural que só alguém predisposto a sentir consegue absorver, e eu estava
disposta a receber esse carinho outra vez.
O balançar das ondas me
trouxeram recordações da minha infância, de quando me importava sentar-me junto
a um tronco de árvore caído e apreciar o vai e vem da maré, sem contá-las, sem
prestar atenção às pessoas, apenas saboreando o frescor da brisa da manhã e
sendo feliz. Coisa de menina que ainda não conhecia o sofrer.
E então percebi que estava
de volta ao meu ser interior, e feliz voltei ao meu lar, feliz por ter deixado
no mar meus pesos, minhas dores, meus fracassos. Agora me sentia revigorada.
Felizmente a maré não se
cansa de trazer o novo onda após onda. E caminhar ao lado Dele foi o melhor que
me pode acontecer naquele momento.
Escrito em 01/11/2015
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