Dia desses conversando com uma
amiga ela comentou sobre a vida ter uma semelhança incrível com o jogo infantil
de quebra-cabeça.
Quando criança eu amava
montá-los e quanto mais coloridos e mais peças tinham, mais eu me dedicava até
ver o final do jogo. No caso do jogo infantil o ápice é a última peça encaixar
exatamente naquele orifício e enfim ver a imagem pronta.
E no caso do quebra-cabeça que
é nossa vida?
Perguntei à minha amiga se ela
já estava pronta para colocar a última peça do seu jogo e ela prontamente
respondeu que não. E devo confessar que eu também nem quero e nem estou pronta
para colocar a última peça desse jogo fascinante que é viver.
Muitas vezes teimamos em
colocar aquela peça que encontramos em lugares que ela não cabe, forçamos,
tentamos encaixá-la, deixamos ali por algum tempo tentando encontrar um modo de
fixá-la, mas de nada adianta, ela simplesmente não era daquele jogo, não
pertencia àquela caixa, não fazia parte daquela cena. Quando criança misturamos
os nossos brinquedos, e fazemos uma bagunça, colocando partes de um jogo em
outro. Quando adultos misturamos sentimentos, nem sempre sabemos onde colocar
determinadas pessoas em nossas vidas e nem onde elas se encaixam exatamente.
É nessa hora que verificamos
que aquela peça, ou bem melhor, aquela pessoa não faz parte daquele jogo que
estamos montando.
E será que assim como quando
éramos crianças, e tínhamos vários jogos diferentes para montar, assim também é
a nossa vida?
Quem sabe...
Talvez durante toda ela
tenhamos a oportunidade de abrir novas caixas com jogos diferentes, mais
bonitos, coloridos e com muito mais peças. Então, o terminar de um significaria
o iniciar de outro.
E como as crianças que com a
prática montam e desmontam facilmente seu inocente jogo que sejamos capazes de
organizar e montar nosso quebra-cabeça particular, sabendo identificar quais
peças cabem em quais jogos.
O ato de desmontá-lo e
guardá-lo significa que aquele jogo conhecido não fornece mais entusiasmo,
alegria e incentivo para continuar brincando, nem para as crianças e nem para
nós os adultos.
O abrir de um novo jogo é a
certeza de que a brincadeira ainda não terminou. Pelo contrário, há novas
peças, novas cores e formatos a serem encaixados, e quem sabe, e eu espero que
sim, esse novo jogo seja mais bonito, mais colorido e dure mais tempo que o
outro.
Só saberá montando...
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