domingo, 14 de julho de 2013

MARJORIE EM “FRUTO PROIBIDO" texto 17


Marjorie ouvia tudo aquilo e se angustiava. E às vezes gostava. Sentimento ambíguo que a dominava constantemente enquanto ia bebendo através dos seus ouvidos aquilo que seu corpo queria aceitar, mas não lhe era permitido desfrutar. Um fruto proibido. 

E como todo fruto ele era doce e suculento, ao seu toque Marjorie estremecia, seus beijos tinham sabor de néctar e seu cheiro a inebriava tanto que entontecia. Mas era atraente demais, desejado demais e pecaminoso.

Marjorie não conseguia entender o que a estava arrebatando, uma voz a chamava constantemente e dizia para seguir em frente, dizia pague o preço e viva esse amor e quando a noite Marjorie se via sozinha pensava que ultrapassaria os limites da sua consciência pelo menos uma única vez, mas quando despertava sua coragem para transgredir as normas a dominavam de novo e desistia.

Mas o fruto continuava ali... Sussurrando lindas palavras de amor, envolvendo-a com seu aroma adocicado e forte, inebriando seus sentidos e Marjorie enrijecia nessas idéias absurdas de poder lutar sozinha contra as tentações que ele representava em sua vida.

Doces tentações regadas a juras de amor e eterna felicidade, mas Marjorie não conseguiu acreditar apenas em palavras vãs, queria entender os sentimentos palpando cuidadosamente e comprovando sua lealdade a ela. Ele repetia palavras de amor, mas ela desejava mais do que palavras, queria os atos de amor muito mais que escutar o som inebriante que essa palavra produzia nela.





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