Eu estive lá.
Há aproximadamente dois anos
eu frequento uma pequena igreja bem próxima a minha casa, pequena no espaço
físico, mas enorme na fé e na comunhão entre os membros que ali congregam.
Confesso que para participar
dessa Convenção tive que pensar durante um ano inteiro, houve em mim uma certa
preparação para isso, tentar começar trabalhar na obra de Deus rompendo alguns
limites que me aprisionavam e me deixavam de certa forma frustrada.
Vim de uma igreja muito
grande, grande em espaço físico e em número de membros, que tinha uma liturgia
fixa, encontrei na Casa da Benção de Poá, algo que não tinha visto ainda,
encontrei a oportunidade de me expressar, de participar ativamente nos cultos.
Comecei como todos recebendo nos cultos oportunidades para ler um versículo ou testemunhar algo que o
Grande Deus tivesse feito em minha vida, meses depois vi meu nome na lista para
dirigente do culto. Me lembro até hoje que trabalhei nisso com muita dedicação,
fiz letras de um louvor que sabia em espanhol e ensinei toda a igreja a cantar
e foi nesse dia que por primeira vez louvei no altar ao Senhor.
Hoje ensaio todas as quintas
feiras no grupo de louvor da igreja e isso muito me alegra por saber que agora
posso me expressar e louvar a Deus como sempre sonhei.
Ir a Convenção em Brasília
ia requerer de mim algo muito especial, pra fazer isso eu teria que transpor
uma barreira que me acompanhava por toda uma vida, que era o medo de viajar em
avião. Um medo tão grande que inventava desculpas para pensar sempre mais um
pouco e mais um pouco sobre isso. Acabei por colocar minha vida nas mãos de
Deus, confiar que Ele me fortaleceria e o que para muitos é muito normal para
mim era “Vencer”.
Venci esse meu medo numa
manhã chuvosa, viajei pela Gol num voo doméstico, ao lado de um homem muito
calado e antipático, que de minuto em minuto olhava pela janelinha do avião e
me obrigava a olhar também por não ter muito coisa que fazer, eu observava o
vai e vem das comissárias, as pessoas dormindo tranquilamente e eu orando o
tempo todo para Deus naquele momento me mostrar o porquê dessa minha viagem.
Foi ai que olhei melhor pela
pequena janela e vi que abaixo do avião tinha uma caminho feito de nuvens
branquinhas, um tapete fofo que jamais poderia ver se não tivesse saído da
terra, olhei no horizonte e vi o céu azul, um céu limpo e ao longe o sol que
brilhava forte e pensei... Maravilhoso Deus, obrigada por permitir que eu visse
a sua criação desse modo, transpondo meu medo e completamente em tuas mãos.
Quando chegamos em Brasília
estava feliz, não só porque estava ali, estava feliz porque tinha de certa
forma provado minha fé, tinha feito algo confiando em Deus, e isso me
emocionou.
Foram seis dias onde pude
vivenciar muitas emoções.
Ficamos hospedadas no hotel
A Astra, muito aconchegante e limpo. Em todos os cultos esperávamos o
transporte da Catedral vir nos buscar, nesse meio tempo tirávamos fotos e mais
fotos.
Separamos uma manhã e tarde
para visitarmos a Biblioteca Nacional e a Catedral, tiramos fotos dos painéis,
das obras de artes, dos espelhos d’água, das esculturas dentro da Catedral e
fora dos apóstolos Marcos, Mateus, Lucas e João. Andamos de metrô e caminhamos
pelas ruas de Taguatinga.
Os cultos na Catedral são
diferentes do que estava acostumava, era uma multidão, isso me trouxe de volta
a ideia de que as vezes é preciso ser espectador, é preciso apenas ouvir a
palavra, e foi isso que fiz. Muita coisa eu carregarei para minha vida, ouvi
muitos testemunhos de luta e vitória.
Mas, é claro, eu também tive
a minha luta interior. Eu estava lá para ser consagrada obreira, e simplesmente
após participar da reunião com o Missionário Jaime Caieiras receberíamos a
senha para a consagração e a minha não foi encontrada. No inicio não me
apavorei, mas aos poucos, após tentar resgatar o documento eu fui me
questionando em relação ao porque minha senha ter desaparecido e confesso que
pensei que Deus não quisesse que eu fosse consagrada.
Todos da igreja tentaram
falar comigo, mas quanto mais eles tentavam me convencer que no outro dia tudo
se resolveria, menos eu acreditava e mais chorava.
Na hora de dormir falei com
Papai e descansei.
Tudo foi resolvido,
encontraram a ficha de inscrição e não havia nada que impedisse minha
consagração. E no dia 27 de julho de 2013 era consagrada “obreira” da Casa da
Benção. Por primeira vez na vida assumia um vínculo com uma instituição
religiosa, a parte especial disso tudo é que minha irmã também estava lá para
ser consagrada ao meu lado. Deus é maravilhoso!
No domingo tínhamos o último
culto pela manhã, culto de Santa Ceia ao Senhor. Fomos para a igreja já com
nossas malas, almoçamos lá na Catedral, tomamos sorvete, e fomos para o
aeroporto num ônibus hiper lotado, chegamos por volta das 16h00, quando fomos
fazer o check-in fomos avisados que havia possibilidade de viajarmos todos
juntos e embarcamos imediatamente a São Paulo pelo voo smiles da gol entramos
por um túnel interno e em cinco minutos o avião estava decolando.
Dessa vez voamos mais baixo,
então vi todo o Planalto Central da janelinha do avião, a perspectiva é muito
interessante porque tudo parece muito pequeno, conseguimos ver uma cidade
inteira na forma de uma maquete e ao anoitecer as luzes vão se acendendo pouco
a pouco e a terra lá de cima fica toda iluminada pelas luzes artificiais das
estradas, carros e casas. Lindo de se ver!
Chegamos a São bem antes do
horário previsto, felizes por tudo ter ocorrido tão bem e cheias do Espírito
Santo de Deus.
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