Texto sobre a voz que
cada mulher carrega dentro de si. E a decisão que cada uma de nós deve tomar
quando a escutamos.
Quando despertou naquele dia
frio de inverno sentiu um calafrio cortante tomar conta de todo seu corpo,
sabia que não era por causa da temperatura, seus sentidos estavam atentos para
aquela sensação de perda.
Seu sonho havia sido perturbado aquela noite, teve medo e
sentiu que algo acontecera.
Essas sensações só as mulheres conhecem, é algo inerente
às fêmeas, e por isso resolveu não se alarmar tanto, sabia que logo saberia de
tudo.
E soube.
Passara toda a manhã e tarde daquele dia atormentada, uma
voz interior sussurrava dizendo que deveria estar triste, preocupada, em
silêncio. Difícil é explicar para as pessoas que essa angustia irreal se fará
em breve parte de sua vida. Então quando o telefone tocou já sabia que
receberia alguma noticia.
É quando o pesadelo toma forma, e uma mulher sabe que
somos seres diferentes dos homens por acreditarmos capazes de prever nossos
dissabores. E por crermos nessas sensações a mantemos muito próximas de nós
mesmas.
A voz que ela ouviu era sua conhecida e avisava o motivo
de tamanha tristeza diária, sentiu uma vontade louca de buscá-lo outra vez, mas
não podia de novo invadir o seu mundo com sua presença, prometera a ele que não
mais o veria em momentos como estes.
Poderia chamá-lo ao telefone, mas receava ouvir outra voz
que não fosse a dele. Devia encontrar um modo de contato, tinha que estar com
ele nesse momento de dor.
Ela não conseguia chorar, não tinha coragem de buscar
respostas.
Às vezes somos impedidos de ser nós mesmos, ela sabia que
o que passava hoje era reflexo de decisões que tomara há muito tempo; quando
somos jovens temos a sensação de sermos eternos e que tudo poderá ser mudado
algum dia.
Mentira!
Ela sabia que mudanças só ocorrem quando somos fortes
para desejá-las, quando somos capazes de enfrentar a todos e a tudo.
E Marjorie estava impotente porque seguira e seguia ainda
regras que a sociedade sempre impôs códigos de comportamento que ela aprendera
e obedecia sem questioná-los.
Quando anoiteceu, esperou que o sono viesse, não
precisava ficar por toda madrugada acordada, e despertaria sabendo que teria
sem dúvida mais um novo dia, decidira atender a voz consciente que a regia.
Lindo, intenso...amei...sem contar com o vídeo...é uma das músicas que mais gosto de Evanescence...Parabéns ju pelo texto..
ResponderExcluirSó mulheres como você entende esse texto Su... mulheres especiais!
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