terça-feira, 5 de julho de 2011

012 - INERCIA

Poema que trata sobre o passar do tempo e a solidão que isso nos provoca.
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Que desespero estar inerte.
As pessoas que nos rodeiam,
Não nos vê.
E ser sozinha me apavora.
Onde ficou a fantasia
Que até então me enchia de ânimo.
Onde está tudo que fui
Se agora sou tão calada
De repente o passado volta.
Tão nítido...  Tão claro.
Tudo que fiz...
Vi em telas imaginárias,
E me apavorei.
Estarei agora sozinha
Onde estarão meus amores
Tão caros...
Senti que me esqueceram tão rápido.
E eu então... O que sou agora
Não me sinto mais única.
Meus sonhos se foram aos poucos,
Sinto que os estou perdendo
E logo já não os tenho mais.
A madrugada é tão lenta
Tenho que ter paciência então...
E esperar que alguém me veja,
E me leve daqui.
É difícil permanecer inerte,
Acostumada eu com espaços tão amplos,
Que pavor ter que esperar!
Esperar...
Nem eu mesma sei o que.
Então num relance de tempo,
O vazio tomou conta de tudo,
E não me vi mais.
Cheguei a pensar que era o vento,
Pra me fazer companhia
E então notei finalmente,
Que não era mais nada.

Sara Mel
Música francesa da cantora Teri Moïse JE SERAI LÀ –
 

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