sábado, 6 de junho de 2015

NÃO TENHO UM AMOR PERFEITO, MAS EM MINHA JANELA VEJO AMORES PERFEITOS.


Amores perfeitos são flores lindas.
Na mitologia grega, conta que Zeus enamorou-se de uma jovem chamada Lo e provocou ciúmes em sua esposa Hera, ele transformou a moça em novilha e a manteve pastando aos seus pés. Por pena da dieta de ervas a que submeteu a amada, fez com que a terra produzisse lindas flores que chamou de Lo. Outra lenda grega conta que as delicadas flores brancas eram adoradas por Eros, o cupido. Para inibir essa adoração, Afrodite as coloriu, o que resultou na coloração tricolor.
Na história conta que gregos e chineses usavam as violetas como medicamento, e os celtas e romanos faziam com elas seus perfumes. Os amores-perfeitos eram usados até mesmo como elixir do amor na Inglaterra, o que, acredita-se, inspirou Shakespeare em "Sonhos de uma noite de verão". Nessa obra, uma flor mágica teria sido esfregada nos olhos de Titânia enquanto dormia. Ela, ao acordar, apaixonou-se pela primeira pessoa que viu. (Fonte Wikipédia)

No meu caso eu as vi hoje floridas na minha janela.
E me pergunto, foram hoje que floresceram tão perto de mim?
A resposta que ouço de mim mesmo é: não
Então porque só as percebi hoje?
Não é tão fácil tentar responder a isso e talvez nem seja tão fácil tentar escrever isso aqui. Acontece que nossos olhos só conseguem ver o belo quando nossa alma está leve, quando toda nossa essência está sã.
Admitindo isso é fácil chegar à conclusão que estive doente, talvez não fosse uma enfermidade gravíssima, ou algo que me fizesse deixar de cumprir meus deveres diários, mas era ela que me impedia ver as flores na minha janela.
Ai me veio outros questionamentos...
Será que estou curada?
Está dúvida me circundou enquanto eu observava as cores dos amores perfeitos, sentia o seu perfume e acariciava cuidadosamente cada pétala tentando entender como eu não as vi ontem.
Tentando entender como passei por elas sem percebê-las, tentando entender como passo todo dia por lugares e pessoas e não noto nada a não ser minha própria existência.
Confesso que estremeci de remorso.
Fato é que deixamos de ver o simples, deixamos de sentir o natural, deixamos de apreciar a vida porque nem sempre ela nos dá o que queremos e se não temos o que desejamos o resto não vemos.
Quanto tempo perdido pensei...
Quantas coisas deixei de apreciar durante toda minha vida pelo simples fato de não ter um único desejo realizado.
E quantas pessoas são iguais a mim meu Deus!
Quantas pessoas estão cegas porque se negam a ver a vida...
Vida pulsante, vida gratuita e presenteada.
Eu posso não ter um amor perfeito, eu posso não ter a casa que eu sonhei, eu posso não ter os amigos que desejei, eu posso não ter o trabalho que esperei, eu posso não ter tantas outras coisas, mas tenho tantas outras...
Aprender a ser feliz com o que temos e não com o que o outro possui.
Essa é a grande lição que aprendi hoje, quando pela primeira vez vi os amores perfeitos que tenho.



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